A reforma tributária é um dos assuntos mais comentados no cenário econômico brasileiro e promete mudar significativamente a forma como empresas e consumidores lidam com os impostos.
Após décadas de debates, o Brasil finalmente iniciou a implementação de um novo modelo tributário, que visa simplificar o atual sistema, considerado um dos mais complexos do mundo.
Mas afinal, quando a reforma tributária entra em vigor e o que as empresas precisam fazer para se adaptar?
Entender os prazos, as novas regras e o impacto no dia a dia é essencial para planejar as finanças e evitar surpresas.
Neste artigo, a Pavon Contabilidade explica em detalhes as etapas de implantação da reforma e oferece orientações práticas para que sua empresa esteja preparada para essa nova realidade fiscal.
Índice
ToggleQuando a reforma tributária começa a valer
A Emenda Constitucional nº 132/2023, aprovada no final de 2023, estabeleceu as bases da reforma tributária sobre o consumo. Entretanto, ela não foi aplicada de forma imediata.
O texto prevê um período de transição que vai de 2026 a 2033, justamente para que empresas, governos e sistemas fiscais tenham tempo de se adaptar.
O cronograma oficial ficou dividido em etapas:
- 2026: Início da cobrança teste do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), com alíquota simbólica, apenas para calibragem do sistema;
- 2027: Substituição do PIS e COFINS pela CBS, o novo tributo federal;
- 2029 a 2032: Transição gradual dos impostos estaduais e municipais (ICMS e ISS) para o IBS;
- 2033: Extinção completa do sistema antigo e adoção definitiva do novo modelo tributário.
Portanto, embora a reforma já esteja aprovada, sua aplicação prática será gradual e totalmente concluída apenas em 2033. Até lá, o Brasil conviverá com dois modelos em paralelo, o atual e o novo, o que exigirá atenção redobrada das empresas.
O que muda com a reforma tributária
O principal objetivo da reforma é simplificar e unificar a tributação sobre o consumo.
Atualmente, o Brasil possui uma série de tributos que incidem sobre bens e serviços, como ICMS, ISS, PIS, COFINS e IPI, cada um com regras próprias, gerando burocracia e insegurança jurídica.
Com a reforma, esses cinco tributos serão substituídos por dois principais:
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): De competência estadual e municipal;
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): De competência federal.
Na prática, o IBS e a CBS funcionarão como um IVA (Imposto sobre Valor Agregado), modelo já adotado em diversos países.
Na prática, isso significa que o imposto será cobrado apenas sobre o valor agregado em cada etapa da produção e distribuição, evitando a chamada cumulatividade (cobrança de imposto sobre imposto).
Entre as principais mudanças estão:
- Unificação das regras fiscais, reduzindo divergências entre estados e municípios;
- Crédito financeiro integral, permitindo compensar tributos pagos em etapas anteriores;
- Cobrança no destino, ou seja, o imposto será recolhido onde o bem ou serviço é consumido, e não onde é produzido;
- Fim da guerra fiscal, já que os incentivos estaduais serão substituídos por um fundo nacional de desenvolvimento regional;
- Transparência no preço final, com destaque do imposto na nota fiscal.
Essas alterações têm potencial para simplificar a vida das empresas, aumentar a competitividade e reduzir custos operacionais, mas também exigem ajustes contábeis e tecnológicos significativos.
Impactos esperados para as empresas
Durante o período de transição, as empresas terão que conviver com os dois modelos tributários, o atual e o novo. Isso significa que será necessário manter controles paralelos para apuração e declaração dos impostos.
Além disso, a forma de calcular e registrar os tributos mudará completamente. O crédito de imposto pago na cadeia produtiva, por exemplo, será financeiro, o que exigirá atualização nos sistemas de gestão e integração entre setores contábil, fiscal e financeiro.
Outros pontos de atenção incluem:
- Revisão dos preços e margens de lucro, já que a nova base de cálculo pode alterar o custo final dos produtos e serviços;
- Reestruturação de contratos comerciais, pois cláusulas relacionadas a impostos precisarão ser atualizadas;
- Adequação de sistemas de ERP e softwares fiscais, para suportar os novos tributos e relatórios exigidos;
- Treinamento da equipe contábil e fiscal, garantindo que todos compreendam a nova legislação.
Embora as mudanças possam gerar desafios no curto prazo, especialistas apontam que, no longo prazo, o novo modelo trará maior previsibilidade tributária e menos litígios fiscais, um dos grandes problemas do sistema atual.
No entanto, ter o apoio de uma assessoria contábil preparada é o passo mais importante para atravessar o período de transição com segurança.
Um escritório como a Pavon Contabilidade pode acompanhar todas as mudanças legais, adaptar o planejamento fiscal e garantir que sua empresa esteja em conformidade com as novas exigências.
O papel do contador na transição tributária
A figura do contador ganha ainda mais importância neste momento. Com a reforma, o profissional não será apenas responsável por apurar impostos, mas também por analisar impactos financeiros e orientar decisões estratégicas.
Contadores e consultores tributários atuarão na:
- Revisão de contratos e políticas fiscais;
- Avaliação dos impactos setoriais das novas alíquotas;
- Reestruturação de planos de negócios com base na carga tributária real;
- Acompanhamento de créditos e compensações tributárias.
Empresas que tratam a contabilidade como parceira estratégica tendem a se adaptar mais rápido e com menor custo às mudanças da reforma.
Conclusão
A reforma tributária brasileira representa um marco histórico e trará grandes transformações na forma de arrecadar e recolher impostos.
Embora sua implementação total esteja prevista apenas para 2033, o período de transição começa já em 2026, exigindo que as empresas se preparem com antecedência.
Planejar, investir em tecnologia e contar com orientação contábil especializada são passos fundamentais para atravessar esse momento de mudança com segurança e eficiência.
A Pavon Contabilidade está pronta para ajudar sua empresa a entender o impacto da reforma tributária, revisar o planejamento fiscal e se adaptar às novas regras com tranquilidade.
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