O que vai mudar com a reforma tributária é uma questão que tem gerado grande expectativa no meio empresarial e na sociedade em geral.
Há anos discute-se a necessidade de simplificar, modernizar e tornar mais justo o sistema de impostos no Brasil, reconhecidamente complexo e custoso.
Recentemente, o debate ganhou fôlego, com propostas para fundir tributos, reorganizar bases de cobrança e reduzir disputas fiscais entre União, estados e municípios.
Neste artigo, analisaremos em profundidade as possíveis mudanças que a reforma tributária pode trazer, bem como seus impactos para empresas de diferentes portes e setores.
Se você deseja se preparar para os novos cenários de arrecadação e planejar-se adequadamente, acompanhe as próximas linhas.
Índice
TogglePor que o Brasil precisa de uma reforma tributária?
O sistema de impostos brasileiro é conhecido por seu alto grau de complexidade, sendo um dos mais onerosos do mundo.
As empresas enfrentam uma infinidade de obrigações acessórias e incidências diversas — PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, IRPJ, CSLL, entre outros — cada qual com regras específicas, mudando de acordo com o ente federativo responsável (União, estado ou município).
Na prática, esse panorama gera:
Burocracia elevada: Gastos de tempo e dinheiro para apurar e pagar tributos separadamente, além de entregar declarações e guias em excesso.
Litígios e insegurança jurídica: Cada estado e município interpreta as leis de forma diferente, resultando em disputas judiciais e dificuldades para o investidor que precisa de previsibilidade.
Dificuldade de competitividade: Muitas empresas gastam recursos excessivos com departamentos fiscais e consultorias, o que onera a produção e diminui a capacidade de competir no mercado internacional.
A reforma tributária pretende endereçar essas problemáticas, buscando simplificar a cobrança, reduzir custos de conformidade e, em última instância, estimular o crescimento econômico.
Embora a tramitação no Congresso envolva negociações e ajustes, as principais propostas já sinalizam mudanças de grande relevância.
Principais propostas da reforma tributária
Em termos gerais, as discussões de reforma tributária giram em torno de duas grandes Propostas de Emenda à Constituição (PEC).
Embora existam diferenças específicas, ambas sugerem a fusão de tributos sobre consumo (como ICMS, ISS, PIS e COFINS) em um IVA Dual (Imposto sobre Valor Agregado federal e outro estadual/municipal).
Eis alguns pontos centrais:
Extinção de vários impostos: O IVA substituiria ICMS (estadual), ISS (municipal), PIS, COFINS e IPI (federais). Na proposta seriam dois impostos, um gerido pela União e outro pelos estados/municípios.
Uma base de cálculo única: Isso acaba com o grande número de regras, unificando a sistemática de cobrança e créditos de forma mais transparente.
Ajuste de alíquotas: Cada ente federativo teria autonomia para definir parte das alíquotas, mas dentro de um sistema coordenado nacionalmente, reduzindo guerra fiscal.
Período de transição: Para que as empresas e o Fisco se adaptem, espera-se um cronograma que pode levar anos, com redução gradual dos tributos antigos e implementação progressiva do novo imposto.
Simplificação e redução de burocracia
Com a reforma tributária, um dos focos principais é diminuir a carga burocrática que as empresas enfrentam. Hoje, cada estado possui regras próprias de ICMS, o que gera barreiras para quem vende interestadualmente.
Somado a isso, há vários regimes de PIS e COFINS, além de ISS nos municípios, que por si só criam inúmeras guias e obrigações acessórias.
A ideia da reforma tributária é consolidar os impostos federais em um único imposto e o ICMS/ISS em um outro imposto.
Quais os impactos positivos para as empresas?
Dentre os impactos positivos que espera-se que a reforma tributária pode entregar para as empresas, destacam-se:
Menores custos administrativos: Uma vez que não precisem lidar com a complexidade de tributos distintos com regras próprias, as empresas tendem a reduzir o custo administrativo.
A centralização do recolhimento e do cálculo de créditos em um só imposto deve gerar uma rotina mais enxuta de escrituração fiscal.
Alíquotas adequadas e competitividade: No modelo atual, algumas empresas pagam alíquotas altas por conta de sobreposições de tributos e regimes cumulativos.
Com a fusão, a alíquota aparente pode se tornar mais transparente. Dependendo do setor, isso pode melhorar a competitividade internacional, reduzindo preços ao consumidor final ou liberando recursos para investimentos.
Eliminação de guerra fiscal: Estados concedem incentivos de ICMS para atrair empresas, gerando distorções. A reforma tributária tende a unificar as bases de cálculo e proibir a concessão unilateral de benefícios, evitando a “corrida para o fundo do poço”.
Se a arrecadação for compartilhada em nível nacional, cada estado perde a liberdade de conceder incentivo sem aval geral, o que deve equilibrar o ambiente de negócios.
Período de transição: É fundamental acompanhar como se dará a migração do sistema antigo para o novo. As propostas costumam prever um período de vários anos, em que os tributos antigos (ICMS, ISS, PIS, COFINS, IPI) vão sendo gradualmente substituídos.
Durante a transição, as empresas terão de lidar com normas híbridas, exigindo cuidado e suporte contábil para evitar inconsistências.
Possíveis desafios e críticas sobre a reforma tributária
É inegável que a reforma tributária promove simplificação, mas ela também enfrenta desafios:
Definição de alíquotas: Se cada ente federado puder fixar uma alíquota diferente, pode persistir certa fragmentação. A esperança é que a lei estabeleça faixas de variação para não recriar desarmonia.
Resistência de setores: Algumas cadeias econômicas que atualmente se beneficiam de regimes especiais podem se opor às mudanças. Da mesma forma, estados mais industrializados ou municípios com grande arrecadação de ISS podem protestar pela perda de autonomia.
Complexidade inicial de adaptação: A transição requer atualização de sistemas contábeis, treinamento de equipes e ajustes nos contratos para refletir a nova fórmula de cálculo.
Além disso, a reforma não trata de todos os problemas do sistema tributário. Impostos como IRPJ, CSLL e contribuições trabalhistas permanecem fora desse escopo, podendo exigir futuras etapas de mudança legislativa.
O Simples Nacional na reforma tributária
Um ponto a se observar é como o Simples Nacional será enquadrado dentro da reforma tributária.
O Simples unifica tributos em uma só guia para micro e pequenas empresas, e a extinção dos tributos atuais (ICMS, ISS, PIS, COFINS, etc.) poderia afetar diretamente esse regime.
As propostas geralmente mantêm o Simples, ajustando a alíquota de acordo com o novo cenário do IVA. Entretanto, os detalhes de como isso se dará dependem do texto final aprovado.
Para o pequeno empresário, é vital acompanhar essa discussão, pois a manutenção de um regime simples e menos oneroso é essencial ao estímulo do empreendedorismo.
Conclusão: o que esperar da reforma tributária
O que vai mudar com a reforma tributária? Em linhas gerais, espera-se a fusão de vários impostos sobre o consumo em um só, reduzindo a sobreposição de tributos e tornando o recolhimento mais transparente e simples.
Para o empresariado, é fundamental acompanhar cada passo da tramitação, preparar os negócios e contar com suporte profissional para evitar surpresas desagradáveis.
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