O RAT influencia diretamente o valor da folha de pagamento de diversas empresas no Brasil. Embora, muitas vezes, passe despercebido aos olhos de quem não atua diariamente com rotinas contábeis.
Compreender esse encargo pode representar uma vantagem competitiva, pois permite melhor controle dos custos trabalhistas e incentiva a adoção de práticas de segurança no ambiente de trabalho.
Por meio do RAT, a legislação brasileira busca tornar justo o recolhimento previdenciário relacionado a acidentes e doenças ocupacionais, beneficiando tanto o empregado, que terá cobertura previdenciária, quanto o empregador, que poderá pagar uma alíquota justa de acordo com o grau de risco.
Neste artigo, abordaremos de forma detalhada o que é o RAT (Risco Ambiental do Trabalho), como ele é calculado, os impactos na gestão financeira, a relação com o Fator Acidentário Previdenciário (FAP), além de dicas para manter o índice em um patamar mais favorável.
Se você é empresário acompanhe a leitura para desvendar os segredos dessa contribuição previdenciária que, apesar de pouco comentada, faz toda a diferença na saúde financeira do negócio.
Índice
ToggleO que é RAT?
RAT é a sigla para Risco Ambiental do Trabalho, uma contribuição previdenciária que as empresas devem recolher mensalmente para cobrir possíveis acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais de seus empregados.
A principal razão de existir do RAT é atribuir um custo extra às organizações de acordo com o grau de risco que suas atividades oferecem aos trabalhadores.
Assim, atividades mais arriscadas tendem a ter alíquotas mais altas, enquanto setores com baixo índice de acidentes podem ter alíquotas menores.
Como o RAT é calculado?
A alíquota RAT é definida com base no CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) principal da empresa, e varia de 1% a 3%.
As normas estabelecem que empresas com baixo risco ambiental de trabalho pagam 1%; no caso de risco moderado, 2%; e alto risco, 3%. Essa definição ocorre por meio de tabelas oficiais, que vinculam cada CNAE a um grau de risco.
Entretanto, o valor efetivo a ser pago não é apenas a alíquota do RAT em si. Existe um multiplicador chamado FAP (Fator Acidentário Previdenciário), que pode reduzir ou aumentar a alíquota-base, dependendo do histórico de acidentes da empresa.
O FAP oscila de 0,5 (redução de 50% na alíquota) até 2,0 (dobro da alíquota).
- FAP < 1: Significa que a empresa está com desempenho acidentário melhor que a média do setor, resultando em desconto na alíquota do RAT.
- FAP > 1: Indica maior incidência de acidentes e doenças ocupacionais, elevando a alíquota e, portanto, o custo na folha de pagamento.
Como é feito o recolhimento do RAT?
O recolhimento do RAT é mensal, junto às contribuições previdenciárias patronais, e incide sobre a folha de pagamento dos funcionários.
Na prática, ele integra as mesmas guias em que se apuram INSS e demais encargos. No caso de empresas optantes pelo Simples Nacional, as regras são um pouco diferentes — as alíquotas do RAT são simplificadas dentro do módulo unificado, porém, ainda assim, cada negócio deve respeitar seu grau de risco.
Diferença entre RAT e FAP
Embora o FAP seja frequentemente citado ao lado do RAT, são dois mecanismos complementares, mas distintos:
- RAT: Aponta o grau de risco ambiental da atividade, variando de 1% a 3%.
- FAP: Multiplicador que reflete a performance histórica da empresa em relação à prevenção de acidentes e à geração de custos previdenciários. Pode reduzir pela metade ou dobrar a alíquota inicial do RAT.
É fundamental entender essa distinção para saber quanto a empresa de fato pagará ao final. A taxa é definida a cada ano pela Previdência Social, após avaliar estatísticas de acidentes e compará-las com a média do setor.
Por que o RAT existe?
O objetivo do RAT é criar um mecanismo de responsabilidade financeira que incentive as empresas a investir em segurança do trabalho. Ao relacionar o grau de risco ambiental e o histórico de acidentes à alíquota de contribuição, tem-se:
- Menos acidentes: Quem reduz efetivamente os riscos, implementando políticas de SST (Saúde e Segurança do Trabalho), tende a ter um FAP menor, economizando recursos.
- Transparência nos custos: Os acidentes geram despesas ao sistema de previdência (afastamentos, pensões, etc.). Se uma atividade é arriscada, a empresa contribui mais para o INSS.
- Concorrência justa: Uma empresa que não investe em segurança não deve ter custos previdenciários idênticos àquela que cuida dos colaboradores. O RAT equilibra esses fatores.
Como reduzir o custo com o RAT na prática?
Reduzir a alíquota básica do RAT não é possível através de escolha do empresário, pois é regulamentada pela atividade da empresa, mas reduzir o FAP (ou mantê-lo baixo) é viável ao adotar boas práticas:
- Implantar programas de prevenção: Treinamentos regulares de segurança, distribuição de EPIs adequados, palestras de conscientização e inspeções frequentes.
- Manter registros: Toda ocorrência, inclusive quase-acidentes, deve ser registrada para análise de causa e implementação de melhorias.
- Promover medicina ocupacional: Exames periódicos, ginástica laboral, acompanhamento ergonômico evitam doenças ocupacionais que geram afastamentos.
- Acompanhar dados do FAP: Anualmente, a Previdência publica o desempenho de cada empresa. Se houver discrepâncias (acidentes não relacionados ao trabalho registrados), cabe contestar no período de defesa.
- Estruturar um comitê de SST: Contar com representantes de diferentes setores para discutir e agir proativamente na mitigação de riscos.
Conclusão: a importância de gerir o RAT com consciência
RAT – Risco Ambiental do Trabalho – você viu o que é, e compreendeu que não se trata de um tributo isolado, mas de um mecanismo que reflete o compromisso da empresa com a segurança e saúde de seus funcionários.
Ao conhecer como funciona, qual é a alíquota base e como o FAP pode impactar o valor final, gestores têm a oportunidade de tomar decisões que reduzam custos e, principalmente, reduzam a incidência de acidentes.
Invista em SST (Saúde e Segurança do Trabalho), capacite equipes, mantenha registros atualizados e examine periodicamente o FAP para ver se está compatível com as práticas internas.
Na prática, esse cuidado resulta em um ambiente de trabalho mais seguro, empregados mais protegidos e tributos menores, otimizando os recursos do negócio.
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